Em um mundo cada dia mais bombardeado com ofertas especiais de consumo, ficamos muitas vezes com a sensação de que a opção pelo consumo de alimentos orgânicos demanda um esforço muito grande ou uso de um tempo que já não dispomos. Esse consumo exige de nós idas regulares a feiras ou pontos de comercialização não considerados pela vida moderna como rota habitual dos cidadãos urbanos: “não tenho mais o hábito de portar dinheiro. Há muito que só uso cartão de crédito. Como posso fazer minhas compras desta forma nas feiras de orgânicos?”, reclamou uma consumidora há poucos dias na feira semanal que a ADAO-GO realiza no Mercado da 74, em Goiânia.
Assim, o nível e o estilo de consumo se tornaram principal fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação de um grupo e de distinção com os demais. Nossas escolhas relacionadas às atividades de consumo têm uma conexão clara entre valores éticos, escolhas políticas e visões sobre a natureza. Com o passar do tempo temos perdido a noção de limite entre consumo (uma necessidade de todos os seres vivos) e consumismo (a cultura do “ter” em detrimento da cultura do “ser”).
O consumo de alimentos orgânicos significa muito mais do que uma preocupação com a saúde pessoal. Revela uma compreensão de que é urgente a construção de relações mais solidárias entre diversos setores sociais, como produtores, comerciantes e consumidores.
Apoiando formas alternativas de produção, como as praticadas na agricultura familiar e orgânica, nas reservas extrativistas, na economia solidária, nas cooperativas de produtores e consumidores como a nossa, fortalecendo a criação de redes de intercâmbio de informações e aprendizagem, estaremos ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social. E ao mesmo tempo nutrindo nosso corpo e espírito, como constatou Rudolf Steiner, o criador da Agricultura Biodinâmica.
Autora Lisbeth Oliveira
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